Varanda Virtual

14.3.07

Vai Ficar Só na Memória

Steve Jobs sempre foi um cara inteligente e de espírito inovador, mas agora depois de tomar uns tombos na carreira profissional, também se tornou um cara esperto nos negócios. Ele percebeu com os exemplos do VHS sobre o Beta e do Windows sobre seu Macintosh que nem sempre o melhor produto, com a melhor tecnologia é o que vai vingar no mercado, e sim aquele que tem sua idéia melhor trabalhada na cabeça do consumidor.

O Windows da Microsoft foi lançado como sendo um produto inovador e revolucionário mesmo sendo uma cópia vagabunda do MacOs com 7 anos de atraso. Nem precisa dizer que, mesmo apesar disso, o sistema operacional de Bill Gates foi (e é) um sucesso de vendas.

Jobs demorou um pouco, mas sacou as regras do jogo e em 1998 reergueu a Apple com o sucesso do iMac, que não era nem de longe o melhor PC que você poderia ter em casa (permitia poucos upgrades e não tinha nem gravador de cd e nem drive de disquete), mas vingou graças ao conceito de computador simples e pronto para o uso. Você não precisava mais se preocupar com HDs, processadores e placas, apenas com a cor que mais combinava com sua cortina. Depois veio o iPod, que também não é o melhor tocador de mp3 que existe. Mas quem resiste a aura cool dele? Nenhum outro é mais charmoso...Sucesso absoluto de vendas e ainda por cima revolucionou o mundo da música.

Agora temos o iPhone. Claro que projetos como o do telefone da Apple já estavam nas pranchetas de todas as grandes empresas do ramo, mas Jobs deu um pulo à frente e ainda por cima agregou a “marca iPod” ao gadget. Muito esperto, causou o maior burburinho e mesmo antes do lançamento nas prateleiras já é considerado um produto inovador...a concorrência vai ter que suar pra combater o iPhone. Telefone + Internet de Verdade + iPod? O SmartPhone da Apple tem vários problemas, mas quem se importa? Já é um sucesso...

Minha aposta para a próxima jogada do “novo espertão” Steve? Laptops com memória flash e sem HD. Na verdade não é uma previsão minha, já tem um monte de gente falando a respeito disso, mas acho que vai ser Jobs o primeiro a lançar um Mac portátil sem HD...é esperar pra ver.

9.3.07

Eu Quero Lutar

Existe um ditado americano que diz: “devemos saber escolher nossas batalhas”. Não que eles estejam levando a frase muito a sério ultimamente, mas sinto que ela deveria começar a ser adotada em nosso país o quanto antes.

Estamos recebendo a visita do presidente norte-americano George Bush e, claro, já começaram os protestos. São milhares de pessoas nas ruas de todo o Brasil marchando e enfrentando a polícia aos gritos de “fora bush!”. Alguns parlamentares estenderam no Congresso Nacional faixas de repúdio à visita.

Eu também não morro de amores pelo Bush, mas cá entre nós, esse tipo de protesto não serve pra nada. O pequeno George não vai saber (e nem quer saber) de nada disso e nossos políticos estão mais preocupados em recebê-lo bem, a polícia que mantenha a massa atrás da cerca. Então pergunto: estamos escolhendo bem as nossas batalhas?

Protestamos contra a visita de Bush, nos unimos na torcida pela seleção brasileira de futebol, trabalhamos em conjunto para que as escolas de samba dêem show no carnaval, choramos e sorrimos com as novelas e os big brothers...

Desde que a Guerra do Iraque começou a quatro anos, morreram pouco mais de três mil soldados americanos, neste mesmo período foram assassinados mais de duzentos mil brasileiros em todos os cantos do país. Vivemos com medo, desempregados, humilhados e as autoridades fingem que não vêem nada e esperam que os problemas se resolvam sozinhos.

Por que não temos a mesma união e patriotismo que temos na Copa do Mundo em época de eleições? Também somos responsáveis pelos “mensaleiros” e “sanguessugas” que elegemos para o Congresso e Senado.

Antes tivéssemos o mesmo interesse pelo andamento político e econômico do Brasil que temos pelo destino do vilão e da mocinha da novela das oito, assim a maioria dos brasileiros teria condições de cobrar e fiscalizar nossos representantes, e, ao menos, saberia o nome do nosso vice-presidente ou do ministro da fazenda.

E seria muito difícil nos dedicarmos ao nosso trabalho com honestidade e seriedade como nos dedicamos para construir o mais belo carnaval do planeta?

Talvez estejamos destinados a sermos o eterno “país do futuro”, onde cem milhões vivem na pobreza e meia dúzia fazem compras na Daslu. O país da impunidade e da TV digital, da corrupção e do penta, da fome e do celular. Ufa, ainda bem que somos livres...

E para você, o que é ordem e progresso?